O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Brusque, Eduardo de Souza e a diretoria, requisitaram no início de fevereiro a antecipação do reajuste salarial da categoria ao sindicato patronal.
“Nos últimos meses todos nós sentimos no bolso o aumento do custo de vida e a dificuldade, cada vez maior, em se conseguir os itens básicos para o sustento. Aluguel e Habitação, Alimento, Energia Elétrica, Transporte e, principalmente o combustível, que teve reajuste de 77% só no ano de 2021. E os alimentos tiveram uma média de quase 8% (IBGE)”, explicou o presidente do sindicato, Eduardo de Souza.
Segundo pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socieconômicos – DIEESE, o trabalhador comprometeu 58,91% de sua remuneração (Piso Nacional) somente com alimentação. Em 2021, o valor da cesta básica teve variação de 12%, com Santa Catarina tendo a capital com a 2ª cesta básica mais cara do Brasil.
Para a entidade de pesquisa, para atender todas às necessidades de uma família, o salário mínimo ideal atual, em Janeiro de 2022, teria que ser de R$ 5.997,14. É quase cinco vezes o mínimo atualmente, que é de R$ 1.212,00.
Retomada da indústria
Um dos motivos da solicitação do sindicato para antecipação da correção salarial é o bom desempenho da Indústria, especialmente na região de Brusque e no quesito geração de empregos, que tem demonstrado uma retomada importante no setor.
Conforme dados do Caged Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), em 2021, Brusque criou 32.526 novas vagas. E a Indústrias foi a que mais empregou, com 13.527 contratações. Guabiruba acompanhou os bons índices, criando 3.679 vagas de trabalho, sendo 2.763 somente na indústria.
“Esses números são excelentes e trabalhamos também para que a categoria se recupere por completo e gere cada vez mais empregos. Por conta desses bons índices, requisitamos essa antecipação de reajuste. Porque os trabalhadores e suas famílias são as que mais sentem o peso da perda do poder de compra. E quando falamos em poder de compra, não falamos de coisas supérfluas, mas de itens básicos para o sustento, como alimento, vestimenta, educação e transporte”, finalizou Eduardo.